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SAÚDE: complexo de energias humanas

Atualizado: 28 de jun. de 2021


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Meus queridos amigos, leitores e visitantes do blog...

Iniciei a leitura de um M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O. livro, intitulado “Longevidade Emocional”, da Editora Best Seller e de autoria de Norman B. Anderson e Elizabeth Anderson. Curiosos pelo conteúdo aprofundado do livro procurem realizar a leitura na íntegra, a qual recomendo com veemência.

Contudo, apesar da recomendação, a leitura me agradou sobremaneira que irei publicar aqui no blog alguns comentários e reflexões, partilhando minhas observações de leitura que, espero, agreguem alguma informação para ampliar o horizonte do conhecimento.

Esse primeiro texto é fruto da leitura de poucas páginas, mas que já produziram em mim uma reflexão e espero, uma modificAÇÃO, no modo como trato e enxergo minha saúde.

Boa leitura!

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SAÚDE: complexo de energias humanas

Com certeza, assim como eu, você já percebeu que, quando estamos com medo ou passando por um momento de tristeza, a nossa vida fica menos interessante e, por vezes, nos percebemos adoentados. Quando nos isolamos ou nos sentimos sozinhos, numa crise emocional ou financeira, nossa satisfação em estar vivos parece diminuir.

Sou tentado a acreditar que isso não ocorra somente comigo!

Mas, a resposta parece óbvia: estou somatizando. Grosso modo, a psicossomática é uma ciência interdisciplinar que integra medicina e psicologia no estudo dos efeitos que os fatores sociais e psicológicos possuem sobre os processos orgânicos e o bem-estar das pessoas. Ou ainda, segundo Mello Filho, "uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde [...] um campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática, a prática de uma medicina integral".

Mas uma expressão tem sido muito utilizada por vários cientistas e organizações pelo mundo: “visão ampliada da saúde”. Mas, de fato, o que haveria de novo nessa visão ampliada de saúde?

O novo conceito parece maior que a psicossomática – sem desmerecê-la, é claro, sobretudo quando quebra o paradigma de que saúde não é ausência de doença, tampouco, a doença vista como uma deficiência em qualquer dimensão da saúde, como descreve a OMS – Organização Mundial da Saúde, para quem doença é um “completo estado de bem-estar físico, mental e social”.

Acredito que, a julgar por esse conceito da OMS não haja no mundo criatura saudável!

Pois bem, o novo conceito em saúde implica, de fato, a integralidade humana, ou seja, a harmonia entre corpo, mente e espírito. Não se trata de um iluminado, mas uma pessoa comum, que tem uma vida nos moldes que a maioria de nós deseja, a saber, feliz, mentalmente engajada, confiante, realizada e com vitalidade para enfrentar e conduzir sua existência. O ser integral não está imune à doença mas, acometido por ela, não é atormentados por muito tempo ou, ao menos, enfrenta o obstáculo com uma combinação de dignidade, fé, sabedoria, otimismo e confiança, parecendo estar acima das circunstâncias que derrubariam a maioria dos mortais.

Esse novo conceito de saúde remete ao questionamento sobre a possibilidade de, mesmo frente a situações negativas, sentir-se feliz e não perder a perspectiva de vida. Trata-se da “Longevidade Emocional”, expressão que, diferentemente da utilizada num passado próximo, refere-se a uma mudança de ênfase na biologia, passando a caracterizar-se justamente pelo elo entre o biológico e as demais dimensões não-biológicas, sem cair em um psicossomatismo.

Trocando em miúdos, nossa estrutura biológica está intrinsecamente ligada às nossas emoções e, alcançar saúde física e mental e também a longevidade (viver muitos anos e com qualidade) implica muito mais que estar com o corpo em forma, biologicamente falando.

Ser saudável ou ter saúde, nesse novo conceito, não implica a ausência de doença, considerando que, mesmo pessoas aparentemente saudáveis segundo laudos clínicos, invariavelmente morrem prematuramente, vítimas de uma doença não diagnosticada. A ciência tem comprovado que outras dimensões da saúde podem afetar a biologia humana levando à morte prematura, podendo-se afirmar, em alguns casos, que há pessoas doentes que se demonstram mais saudáveis que outras com o mesmo diagnóstico.

A nova definição de saúde trazida pelas pesquisas médicas instaura um divisor de águas que exige a transformação das ideias e conceitos anteriores em uma afirmativa em que a saúde é multifacetada, possuindo seis dimensões fundamentais (abordarei em outros textos na medida em que prosseguir a leitura do livro):

Biológica;

Psicológico-Comportamental;

Sócio-Ambiental;

Financeira;

Existencial-Religiosa ou Espiritual;

Emocional.

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Ao elencar as dimensões da saúde, a ciência está afirmando que, por um conjunto de fatores, o organismo biológico humano sofre afetações que o conduzem para a saúde ou para doença. É consenso que uma vida menos equilibrada emocional, psicológica e socialmente é uma vida menos saudável.

Entretanto, a nova definição de saúde e suas dimensões são resultado de pesquisa científica, e devem ser percebidas como prognósticos, não como diagnóstico. Possuir uma deficiência ou limitação em determinada dimensão não é diagnóstico de doença, mas, conforme o grau (maior ou menor) pode converter-se em doença concreta. Assim como há fatores de risco de doença, há fatores que protegem a saúde, e aqui está o diferencial em relação ao psicossomatismo, sem desmerecer a contribuição da psicologia, obviamente.

Se temos esses indícios, sinais de que podemos melhorar nossa saúde ou evitar uma doença, o que nos tem feito desatentos a esses “avisos”?

São poucas e raras as doenças que tem sua origem puramente em processos biológicos. A maioria delas envolve nossa interação com o ambiente social e físico, com nossos comportamentos, emoções e pensamentos, ou seja, nosso modo de ser, pensar e agir.

Ao menos para mim parece óbvio que devemos dispensar especial atenção a todas as dimensões de nossa saúde, pois, uma vez relacionadas, são igualmente importantes em qualquer definição de saúde que se pretenda efetivar. É preciso que deixemos de pensar e, pior, de manifestar pensamentos como “ou uma coisa ou outra”, referindo-se a uma doença que “ou é emocional – está na minha cabeça, ou é física”, como se estivéssemos desconcatenados. Cada pensamento nosso, nossos relacionamentos cotidianos, os ambientes que frequentamos, a cultura que herdamos e construímos, tudo isso está diretamente relacionamento à produção ou a proteção de doenças.

Tal informação me assusta, pois, é como afirmar que um povo com uma cultura dilacerada é, consequentemente, um povo doente. Um ambiente desestruturado é, reativamente, produtor de doença, produzindo elucubrações infinitas nessa mesma direção.

Segundo Anderson (2005), “três tendências científicas centrais [...] alimentam essa visão ampliada de saúde”:

1. O surgimento e a sofisticação da pesquisa sobre aspectos não-biológicos da doença, dentre eles:

- Melhor medição dos conceitos sociais, tensão e depressão;

- Estudos de longo prazo acerca da saúde de grandes populações;

- Testes controlados para aliviar intervenções;

- Análises estatísticas de dados;

2. A compreensão e a articulação mais claras das ligações entre biológico, psicológico/emocional e os ambientes sociais;

3. A pesquisa interdisciplinar que combina especialidades na compreensão das várias dimensões.

A terceira tendência é fruto das duas primeiras, ou seja, se há a pesquisa interdisciplinar é porque houve antes um esforço das ciências individualmente em aprimorarem seus estudos e compartilharem seus resultados.

Uma nova ciência médica tem, na interdisciplinaridade, sua alma, sendo seus membros um corpo crítico de cientistas sociais, comportamentais e biológicos que conquistam importantes descobertas sem precedentes que mudarão nossa qualidade de vida.

De modo prático e sintético, podemos ser afetados em nossa saúde física e em nossa longevidade:

Pelas expectativas que temos em relação ao futuro;

Pelo modo como explicamos nosso passado;

Pelas amizades e laços sociais que constituímos;

Pela nossa educação e nossa renda;

Pelo grau de controle que possuímos em nosso trabalho;

Pelas experiências que vivenciamos e que nos trouxeram traumas;

Pela nossa capacidade de achar sentido em experiências negativas;

Pelo modo como experienciamos a tristeza, o medo e a raiva.

Em síntese, se queremos viver mais e viver bem – porque uma existência desprovida de sentido não é uma existência que valha a pena, precisamos nos dar conta de quem somos, onde estamos, porque estamos, para onde vamos, porque vamos... aqueles questionamentos filosóficos que surgem na criança e que, aos poucos, vamos sufocando e depois deixando morrer em nós quando adultos e, consequentemente adoecendo. As doenças da modernidade recebem os nomes mais variados e criativos, por vezes de seus descobridores, mas a saúde, esse complexo de energias humanas, continua íntegra, completa, desejosa de quem desvende sua simplicidade.

Vou continuar a ler esse livro e a compartilhar minhas reflexões, mas já aqui me inquieta o peso de viver em uma sociedade onde tem sido difícil equilibrar as emoções, organizar o passado, o presente e o futuro, aprender com o erro, sofrer menos traumas, ter expectativas equilibradas e estabelecer vínculos sólidos com pessoas e não com coisas.

Tristeza, medo e raiva... quero chegar logo ao fim do livro, pois é lá que se revelam esses sentimentos e suas implicações. Espero, ao encerrar o livro, ter eliminado com as páginas, uma série de elementos que tenho nutrido, aumentando o meu risco de doença e minha longevidade.




 
 
 

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profMárioCosta

Obrigado pela visita!

Espero que a leitura tenha sido proveitosa e agradável. Volte sempre!

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