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Apologia ao Otimismo

Atualizado: 28 de jun. de 2021


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Como é bom conviver com uma pessoa otimista!

Entretanto, há alguns que ainda se perguntam se o otimismo é sempre bom, sobretudo considerando que, enxergar o mundo colorido todo o tempo pode ser sinal de que se está meio fora da realidade, ou mesmo que o otimismo pode nos retirar da realidade ao ponto de não suportarmos uma queda quando as coisas saírem diferentes do que “otimistamente” esperávamos. Contudo, não é o que as pesquisas afirmam.

Ser otimista é sempre bom, não aliena e não torna o ser humano vulnerável às eventualidades que contrariam suas perspectivas positivas. Pesquisas apontam que pessoas otimistas tem maior propensão a aceitar uma realidade e a agir de modo mais incisivo na resolução de problemas, portanto, não fazem “vista grossa” para as realidades desagradáveis, só as enxergam de modo diferenciado.

É óbvio que, também os otimistas, se abalam com as situações extremas a que estão sujeitados, entretanto, não se mostram mais vulneráveis a elas pelo simples fato de terem sua visão otimista do mundo contrariada. Maiores são os impactos nos pessimistas, justamente por serem menos maleáveis em suas perspectivas da realidade.

Poderia ainda o otimista ter sua saúde abalada pelo fato de ter uma visão tão positiva sobre ela que incorreria em práticas e hábitos menos saudáveis sem receio de sofrer as sanções biológicas dos maus hábitos? O que as pesquisas revelam é que otimistas acreditam num mundo ordenado e, justamente por possuir ordem, é necessário que se prossiga com essa ordem para obter bom resultado, portanto, fazem o possível e o necessário para manter e garantir sua saúde. Quando doentes, os otimistas possuem uma forte crença de que poderão ficar bons logo, opondo-se ao fatalismo pessimista de que está tudo consumado.


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Ainda se poderia argumentar que o otimista tem por hábito culpar os outros ou as circunstâncias por seus fracassos, conseguindo manter-se bem por não assumir responsabilidades. Outra inverdade demonstrada pelas pesquisas, que revelam que o otimista vê o mundo com maior exatidão, assumindo sim a responsabilidade pelos fatos ruins quando por ele ocasionados, porém, com o diferencial de tentar corrigir a situação, abstendo-se de uma culpa pessoal quando o problema reside em outra parte.

Existe ainda uma tendência do ser humano de olhar para si mesmo quando, diante de fatos negativos, acaba atribuindo culpa ou responsabilidade a si mesmo, mas isso ocorre sobretudo com pessoas deprimidas e com perspectiva de vida negativa (pessimista).

No otimismo há mínimas desvantagens, e a sua adoção revela que as pessoas otimistas desenvolvem atitudes que reduzem os resíduos negativos emocionais, psicológicos e físicos de circunstâncias tensas da vida e das tarefas diárias.

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Não sendo advogado do diabo, mas agindo com imparcialidade, não posso deixar de mencionar que, também o pessimismo, possui seu lado positivo. Parece uma contradição, mas pode ser facilmente explicada e compreendida mediante algumas inferências. É fato que, frente a situações psicologicamente arriscadas, o ser humano diminui suas expectativas deliberadamente, mesmo tendo obtido sucesso em situações semelhantes num passado próximo. Essa diminuição de expectativa ocorre devido à ameaça potencial que tememos sofrer em nossa autoestima, é como um mecanismo psicológico que nos “protege”, o chamado “pessimismo defensivo”.

Trocando em miúdos, todas as vezes que passamos por uma situação que nos coloca em risco, se fazemos uso do pessimismo defensivo como mecanismo de defesa, nossa estratégia é baixar de modo irrealista as nossas expectativas, de modo que, se houver fracasso, o sofrimento seja menor. Uma espécie de “seguro contra o fracasso”.

Entretanto, cabe aqui distinguir um pessimista defensivo do pessimista por disposição ou da pessoa com estilo explanatório pessimista. Apesar de parecidos, são diferentes, pois o pessimista defensivo não desiste diante das dificuldades, ao contrário, baixa as expectativas como estratégia para ter bom desempenho, uma vez que diminuir as expectativas reduz sua ansiedade e, consequentemente, melhora seu rendimento, fortalecendo sua motivação. Nas condições adequadas, é extremamente útil essa forma de pessimismo (defensivo).


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Assim, podemos afirmar que ser otimista não faz mal a ninguém, e quanto ao pessimismo, somente sua forma defensiva é, em condições adequadas, útil ao ser humano. Não se trata de simples sofismas ilusórios, mas pesquisas que acenam de modo contundente para os benefícios de mudar nosso estilo explanatório, desenvolvendo um pensamento otimista e, consequentemente, melhorarmos nossa qualidade de vida e alcançarmos a longevidade.

 
 
 

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profMárioCosta

Obrigado pela visita!

Espero que a leitura tenha sido proveitosa e agradável. Volte sempre!

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