Que mundo deixaremos para nossos filhos?
- por Mário Costa
- 3 de ago. de 2015
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de jun. de 2021
Essa pergunta certamente já foi alvo do seu questionamento, já que, repetidas vezes, temos acompanhado as ações de degradação que o planeta vem sofrendo, sobretudo desde a Revolução Industrial, quando a humanidade, em nome do progresso e da qualidade de vida, tem construído suas “maravilhas tecnológicas” em favor do conforto da população das cidades.
O preço de tal “bem estar” tem sido alto, considerando o consumismo desmedido que, a cada ano, surge com novidades sem as quais parecemos não sobreviver. O básico foi deixado de lado e agora o supérfluo ocupa lugar de destaque.
Nossa autonomia de escolha parece ter sido tirada de nós, e já não escolhemos nossas necessidades. Nas vitrines e prateleiras comerciais, são eles que parecem nos escolher. A dinâmica mercadológica é simples: existe a procura e a oferta. Quando surge a necessidade, em pouco tempo se criam os produtos para atendê-las. Cabe, entretanto, ponderar o que, de fato, é necessidade, em detrimento daquelas pseudonecessidades incutidas em nossas mentes pelas estratégias marqueteiras bem boladas que nos convencem e, por vezes, nos manipulam.
Conviver com a simplicidade, com o necessário, tem sido a cada dia mais complexo, já que o básico caiu no descrédito, no vazio do aprimorado, do tecnológico, do “top de linha”. Quase não percebemos que, para que sejam gerados tantos produtos e, consequentemente, descartados tantos outros, a matéria prima se esvai, devastando os recursos naturais como se esses jamais se esgotassem.
Várias lendas primitivas, mitos e narrativas religiosas fazem referência ao fim, ao apocalipse ou seja lá o nome que queiramos conferir a esse término. Atualmente há quem não creia nelas, dizendo que “quem acaba são os homens, mas o mundo permanecerá aqui”, o que não deixa de ser uma verdade. Esses pensamentos revelam uma humanidade desacreditada no ciclo vital da natureza de consumo e autoconsumo, e o preço dessa descrença será colhido pelas gerações futuras.
E a pergunta inicial que motivou esse comentário mais uma vez se faz relevante: que mundo deixaremos para nossos filhos? Penso que a indagação deveria se dar sob outro prisma, invertendo as premissas e questionando: que homens deixaremos para o mundo que há de vir? Porque, de fato, o mundo continuará aqui, mas se não houver pessoas conscientes e bem instruídas para habitá-lo, conservando seus recursos naturais e sua estrutura originalmente criada, o resultado será um mundo inabitável, como aqueles já retratados em filmes da ficção e, ainda mais próximos a nós, nos documentários de regiões do planeta em que já se vivencia tal degradação humana, mais que qualquer degradação ambiental.
Que geração de homens deixaremos para o mundo que há de vir?

Comentários